Celebra-se neste domingo, 15 de Outubro, o Dia Internacional da Bengala Branca, com o objectivo de reconhecer a independência das pessoas com deficiência visual e sua plena participação na sociedade.
As celebrações vão decorrer sob o lema “Bengala Branca garantindo uma Mobilidade Segura e Independente para as Pessoas com Deficiência visual”, com a realização de várias actividades. Em Moçambique as celebrações são lideradas pela Associação dos Cegos e Ambliopes de Moçambique (ACAMO).
A data foi estabelecida pela Federação Internacional de Cegos, em 1970 e é consagrada à orientação e mobilidade no processo de reabilitação e integração da pessoa com deficiência visual.
A Bengala Branca é um instrumento de orientação utilizado por pessoas com deficiência visual, permitindo uma mobilidade livre e segura, e serve para descobrir obstáculos físicos que se impõem ao longo da sua marcha.
É igualmente considerada um símbolo de independência, liberdade e confiança, sendo que a sua utilização permite à pessoa com deficiência visual movimentar-se livremente, dentro dos condicionalismos existentes.
Mercê da aprendizagem das suas técnicas, é habitual ver pessoas com deficiência visual utilizarem uma bengala branca para se movimentarem nas ruas, atravessando, entrando nos transportes públicos, entre outros movimentos.
Através de uma aprendizagem específica, a pessoa com deficiência visual utiliza a bengala juntamente com os seus demais sentidos.
A utilização da bengala branca segue essencialmente a técnica dos dois toques e a técnica em cruz.
Este uso permite criar pontos de referência que ajudam a identificar determinados locais, a exemplo de um sinal de trânsito, declive, mudança de piso, saliência numa parede, entre outros.
A celebração de 15 de Outubro destina-se a sensibilizar as populações para problemáticas que embora digam respeito à nossa sociedade, são muitas vezes esquecidas por estarem em causa minorias.
As actividades previstas visam motivar e encorajar pessoas com deficiência visual a utilizarem a bengala, bem como sensibilizar a sociedade em geral a respeitá-la.
Por outro lado, visam promover a inclusão da pessoa com deficiência visual no desenvolvimento da sociedade e despertar o potencial artístico-cultural deste grupo social e a consciência de que estas pessoas podem participar de igual modo no processo de desenvolvimento da sociedade.
A cegueira foi durante muitos séculos considerada a maior fatalidade, na medida em que significava a perda do sentido dos sentidos, o que dava às pessoas com essa deficiência uma limitação a todos os níveis, sendo vistas como um pesado fardo para a sociedade e um sinónimo de ignorância, vindo a subsistir a frase “quem não sabe é como quem não vê”.
Entretanto, hoje a realidade é substancialmente diferente, pois com a invenção do sistema braille, o aparecimento das produções áudio e o acesso à informática e à Internet, estas pessoas passaram a ter acesso a toda a informação e às mais variadas fontes de cultura.
A cegueira deixou assim de ser o drama a que era associada, para ser uma limitação quase totalmente contornável, na medida em que as pessoas com deficiência visual passaram a fazer uma vida quase normal, distinguindo-se mesmo em vários domínios.
Será por isso importante este dia internacional, para mostrar aos menos esclarecidos, esta realidade, para que vejam e aceitem as pessoas com deficiência visual como cidadãos com os mesmos direitos e muitas vezes possuidoras de grandes capacidades.