Moçambique tem uma das maiores participações femininas na força de trabalho, atingindo aproximadamente 80 por cento”, disse o Presidente da República, Filipe Nyusi, no discurso inaugural da VII Conferência Nacional sobre Mulher e Género, que decorre até amanhã, na cidade de Maputo, sob o lema “Empoderando a Mulher para o Alcance da Igualdade de Género”.

Cita dados do Instituto Nacional de Estatística indicando que dos 32 milhões da população moçambicana, actualmente, mais de dois milhões de agregados familiares, representando 34 por cento, de cerca de seis milhões de famílias, são chefiados por mulheres.

Fruto de investimento no aumento do acesso e retenção das crianças na escola, especialmente as raparigas, no ensino básico, a taxa de analfabetismo reduziu de 50 por cento em 2007, para 39 por cento, em 2022.

“Em 2018, o nosso país aprovou uma reforma educacional que estende a escolaridade obrigatória até à 9ª Classe, por um lado. Por outro, removeu uma antiga barreira que impedia que meninas grávidas frequentassem a escola nos turnos diurnos”, disse o Presidente, lembrando que o Plano Estratégico de Educação para os próximos dez anos, coloca o acesso equitativo a uma educação de qualidade como uma prioridade chave. “Nesse sentido, temos feito importantes investimentos no sector, através do Programa Nacional MozLearning, que visa melhorar a aprendizagem de oito milhões de alunos”.

Já no domínio da saúde, segundo o Presidente da República, Moçambique tem sido referência de avanços no nosso. Exemplifica com a expansão da rede sanitária e o acesso aos cuidados de saúde, incluindo os programas de planeamento familiar, saúde sexual e reprodutiva, o rastreio do cancro do colo do útero, entre outros programas. É neste âmbito que a oferta de serviços para a mulher registou melhorias no âmbito do planeamento familiar, tendo o número de beneficiárias passado de 1.480.298, em 2016, para 2.426.019, em 2022, o que representa um crescimento de 39 por cento. Na consulta pré-natal, o número de consultas oferecidas duplicou de 1.022.097, em 2016, para 2.090.950, em 2022.

Por seu lado, os partos institucionais aumentaram de 661.296, em 2016, para 1.310.326, correspondendo a 50 por cento no mesmo intervalo de tempo. Em 2022, Moçambique alcançou uma cobertura de 92 por cento de partos institucionais, um indicador.

O rastreio do cancro do colo do útero beneficiou 97.365 mulheres, passando para 1.359.581, em 2022, ou seja, 14 vezes mais que em 2016.

Foram ainda identificadas 4.780 e 71.136 lesões pré-cancerosas, em 2016 e 2022, respectivamente. Destas, foram tratadas 3.198 lesões, em 2016, e 55.055 lesões foram tratadas, em 2022. “Daqui pode ver-se o impacto positivo da consciência da mulher e da sociedade na mitigação deste flagelo maligno”, sublinhou o estadista.

No abastecimento de água e saneamento, o Presidente da República assinala uma cobertura nacional, de 2015 a esta parte, de 58 por cento, e 37 por cento para o saneamento, ou seja, dos cerca de 31.6 milhões de moçambicanos, 18.3 milhões consomem água potável e 11,8 milhões dispõem de saneamento seguro. “Considerando que cerca de 52 por cento da nossa população é do sexo feminino, significa que cerca de 10 milhões de mulheres têm acesso à água potável e 5.7 milhões têm saneamento seguro”, frisou.