Mais de 101.250 crianças dos zero aos dois anos deverão receber este ano, no país, dinheiro no quadro das acções do governo de prevenção e redução da desnutrição crónica e incentivo dos agregados a melhorarem os hábitos nutricionais.
O projecto, levado a cabo pelo Ministério do Género, Criança e Acção Social (MGCAS) e parceiros, teve a fase pilo em quatro distritos da província de Nampula nomeadamente Lalaua, Nacala-a-Velha, Ilha de Moçambique e Mogincual e está a ser expandido para as províncias de Cabo Delgado e Zambézia.
Citada pelo jornal “Notícias”, a Directora Nacional da Criança, Angélica Magaia, disse que o alargamento tem em conta os ganhos alcançados na fase inicial, onde se verificou um aumento em 30 por cento da frequência e diversidade alimentar das famílias.
A fonte apontou que a meta do projecto era abranger 45 mil crianças nos quatro pontos do país e o balanço sobre o impacto do subsídio é satisfatório, pois garantiu que logo à nascença os menores estivessem em ambientais saudáveis.
“Por esta razão, mais 15.670 menores da província de Cabo Delgado, 43.401 crianças da Zambézia e os restantes 42.179 de mais de quatro distritos de Nampula irão beneficiar desta assistência nos próximos tempos”, disse.
Acrescentou que o subsídio da criança faz parte de uma componente de assistência subdividida em três, incluindo ainda as transferências monetárias para menores chefe de agregado e as famílias pobres que acolhem órfãos e vulneráveis.
Angélica Magaia fez saber que, para além de receberem apoio financeiro, os agregados familiares beneficiam de um acompanhamento durante os dois anos. Os técnicos da instituição são encarregues de monitorizar através de visitas regulares às famílias com intuito de aconselhar sobre hábitos alimentares saudáveis, trabalhar sobre questões de violência, verificar o saneamento do meio, espaçamento entre filhos e outros indicadores.
“Verificamos uma redução de ocorrência de violência em 38 por cento dentro dos agregados que beneficiam deste programa”, acrescentou.
Sobre as crianças deslocadas na província de Cabo Delgado, Magaia referiu que inicialmente era feito um acompanhamento e reintegração das que separavam das famílias. Com o retorno e o assentamento de agregados em zonas seguras, a preocupação tem sido fazer o seguimento em termos de prestação de apoio psico-social e garantir que tenham acesso a serviços básicos como saúde, educação e registo de nascimento.