“Temos obrigações e responsabilidades de proteger as crianças, assegurar o uso correcto dos telefones, computadores, internet e outras tecnologias para que não sejam expostas a exploração, pedofilia e a outros fenómenos que constituem perigo para o desenvolvimento da criança, disse na manhã desta sexta-feira, 16 de Junho, o Vice Ministro do Género, Criança e Acção Social, Lucas Mangrasse”. O governante falava em Quelimane, capital provincial da Zambézia, nas cerimónias centrais das celebrações do Dia da Criança Africana.

 

Mangrasse congratulou os educadores, professores, pessoal da saúde, técnicos de acção social e todos aqueles que contribuem para que os direitos da criança sejam conhecidos e respeitados por todos.

“Celebramos o 16 de Junho, num momento em que, em vários países, incluindo o nosso Pais (Moçambique) temos crianças afectadas por acções terroristas (em Cabo Delgado), calamidades naturais, violência, uniões prematuras e outros males que dificultam o desenvolvimento e bem-estar da criança”, frisou.

O vice-ministro do Género, Criança e Acção Social disse tratar-se de males que deixam muitas crianças órfãs, desamparadas, sem acesso à escola, aos cuidados de saúde e privadas de meios básicos para a satisfação das suas necessidades básicas. “Por isso, apelamos a todas as crianças e adultos a serem solidários e a contribuírem para minimizar o sofrimento dessas crianças afectadas”.

Este ano, as celebrações do 16 de Junho decorrem sob o lema։ ”Por um ambiente digital seguro para a criança”, que exige a todos a necessidade de contribuírem para o acesso seguro das crianças às tecnologias, para que os petizes possam ter um desenvolvimento saudável e sem grandes riscos.

“Nós, como adultos, pais e encarregados de educação temos o dever de proteger, orientar e contribuir para a formação das crianças, transmitindo-lhes os valores de respeito ao próximo, solidariedade, harmonia e tolerância, sobretudo para que usem as tecnologias de informação com segurança, reduzindo os riscos de acesso a informação inapropriada a idade e maturidade das crianças”, sublinhou.

 

Lucas Mangrasse reafirmou o compromisso do Governo com Bem-Estar da Criança, exemplificando com acções do Executivo, com o envolvimento de vários actores, para garantir cuidados de saúde, alimentação, educação, protecção, apoio legal, lazer, registo de nascimento e educação pré-escolar.

Por outro lado, o governante congratula as organizações da sociedade civil, parceiros nacionais e internacionais, confissões religiosas e autoridades comunitárias pela contribuição na promoção dos direitos e deveres da criança e apela ao reforço da sensibilização das famílias e comunidades para que os direitos e deveres da criança sejam respeitados, promovendo as condições para o seu bem-estar.

Sublinha que os que as crianças querem e precisam é educação com amor, carinho, sorriso e respeito, momentos que cultivam na criança maior confiança e colaboração com o adulto.

Lucas Mangrasse lança igualmente um desafio para as crianças, que segundo as suas palavras, representam o “Nosso Futuro”. “Por isso, devem respeitar os pais, avós, professores, outras crianças e todas as pessoas. Devem estudar muito, participar na preservação do meio ambiente e serem solidárias para com as crianças mais necessitadas, contribuindo para a construção de um Moçambique belo. Pedimos para que sejam mais cuidadosos e vigilantes para evitar que os vossos direitos sejam violados ao usarem as plataformas digitais. Sempre que verificarem situações irregulares que colocam em perigo a vossa vida devem denunciar, porque só assim poderemos prevenir e combater os casos de abuso e exploração online”, concluiu.

O 16 de Junho é celebrado em homenagem às crianças que em 1976 foram barbaramente mortas no Soweto, na África do Sul, porque reclamavam os seus direitos.

Em Moçambique, a data tem grande significado, porque assinala igualmente 43 anos da criação do Metical e 63 anos do Massacre de Mueda, onde morreram muitos moçambicanos, que reclamavam os seus direitos e pediam a independência do país.