O Manual do Facilitador Comunitário Engajado na Prevenção e Combate à Violência Baseada no Género (VBG) lançado, nesta sexta-feira, 26 de Maio, em Maputo, deve contribuir para a busca de solução para estancar a violência e contrariar o quadro actual, que representa um crescimento de 140 casos, correspondente a 0,7 por cento, no intervalo de 2021 a 2022.

O Instrumento foi elaborado pelo Ministério do Género, Criança e Acção Social (MGCAS) em parceria com a organização não-governamental Visão Mundial.

Segundo Luciano José, Director Nacional de Acção Social, a situação da violência VBG continua preocupante e afecta negativamente o desenvolvimento da sociedade em geral.

“Com este instrumento disponível devemos envidar esforços na prevenção e combate à violência, através de acções de formação de diversos intervenientes na sociedade, em particular a nível das comunidades, onde se regista maior incidência de violência, particularmente contra mulheres”, disse Luciano José.

A título elucidativo, no período de Janeiro a Dezembro do ano, foram assistidos 21.140 casos, contra 21.100 casos em 2021, o que representa um aumento de 140 casos, ou seja, 0,7 por cento de incremento.

Por outro lado, em 2022 foram assistidos 11.918 mulheres, 2.087 homens, 6.462 crianças e 633 idosos, contra 11.356 mulheres, 1.925 homens, 7.092 crianças e 867 idosos, no período em análise do ano anterior, respectivamente.

Segundo Luciano José, o quadro mostra a necessidade de para além da produção, divulgação de políticas, tratamento da VBG, se apostar na formação dos facilitadores comunitários, pois, “são pessoas influentes” que facilitam a ligação da comunidade aos serviços oficiais. “Esperamos que este Manual nos traga maior intervenção e coordenação entre os actores a nível das comunidades”, frisou Luciano José.

Entretanto, a fonte ressalvou que nem tudo vai mal, sublinhando que no mesmo período, o sector de género, registou progressos no acesso à educação, cuidados de saúde, água e saneamento, segurança, terra e meios produtivos para mulheres, raparigas, crianças, idosos e pessoas com deficiência, especialmente no meio rural.

Para a Directora Nacional da Visão Mundial, Maria Carolina, o Manual de Facilitador Comunitário irá fazer diferença nas comunidades, ao disponibilizar métodos e estratégias adequados para alcançar a todos estratos sociais.

“Esperamos que haja redução significativa dos índices da violência no país e na região”, disse Maria Carolina, renovando a disponibilidade da sua organização em continuar a apoiar o Governo, através do MGCAS, em acções de mitigação de males sociais.