A província de Manica passará a contar proximamente com o primeiro Centro de Atendimento Integrado (CAI) a funcionar na capital provincial, Chimoio, e cuja inauguração deverá ocorrer ao longo das celebrações do mês da Mulher, entre 1 de Março e 7 de Abril.
Os CAI enquadram-se no Mecanismo Multissectorial de Atendimento Integrado às Mulheres Vítimas de Violência, num ambiente favorável à prevenção e combate da violência praticada contra a Mulher, através da promoção de uma cultura de equidade e igualdade de género.
A iniciativa assegura o acesso e disponibilidade dos serviços de atendimento de qualidade às vítimas de violência praticada contra as mulheres, de forma integrada a todos os níveis de actuação, entre serviços médicos, policiais, jurídicos e de assistência social.
A violência apresenta-se até aos dias de hoje como um problema mundial e constitui um dos principais entraves para a construção de um mundo de harmonia, respeito pela igualdade de direitos entre homens e mulheres, no contexto de famílias estáveis na promoção de um crescimento e desenvolvimento sustentável do país.
Em Moçambique, o fenómeno de violência já atingiu proporções significativas, sendo as mulheres as maiores vítimas das diversas formas de violência, sobretudo aquela que é perpetrada pelos homens, muitas vezes conhecidos e parentes das próprias vítimas.
O Mecanismo de atendimento integrado através dos CAI privilegia a coordenação e o atendimento interligado dos vários sectores, os papéis chave, áreas e necessidades prioritárias, com especificação de protocolos de atendimento para os principais intervenientes no atendimento do ponto de vista oficial, pelos Ministérios do Governo Moçambicano e suas instituições, que lidam directamente com a problemática da vitimização da mulher pela violência, nomeadamente Ministério da Saúde, Ministério do Género, Criança e Acção Socia, Ministério do Interior e Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos.
O Programa de atendimento de forma integrada enquadra-se no âmbito da implementação da Politica de Género, sobre a necessidade de se proteger os direitos humanos da mulher com vista à elevação da sua consciência, bem como da comunidade, sobre os direitos que a assistem, no concernente ao direito não-violência e à sua integridade física. Por outro lado, constitui também um mecanismo de operacionalização dos compromissos internacionais ratificados ou assumidos pelo país, dos quais se destacam a Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, o Protocolo à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos sobre os Direitos da Mulher em África, através do desenho de acções concretas para a materialização destes compromissos.