O Vice-Ministro do Género, Criança e Acção Social, Lucas Mangrasse, disse esta quarta-feira, 6, em Maputo, na cerimónia de homenagem aos funcionários do sector que dirige, por ocasião das celebrações de 7 de Abril, Dia da Mulher Moçambicana, que se assinala amanhã, a escala nacional, sob lema "Pela Igualdade de Género no Contexto das Mudanças Climáticas", que uma mulher empoderada é uma Nação.
“Saúdo aos presentes nesta sala, em particular as funcionárias do Sector, por ocasião das comemorações do Dia da Mulher Moçambicana, que amanhã se assinala e marca a passagem de 51 anos da morte de Josina Machel, a nossa heroína”, disse Mangrasse observando que o lema das celebrações deste ano chama a atenção de todos para a integração das questões de género na prevenção das mudanças climáticas e na mitigação dos seus efeitos.
O governante defendeu que os funcionários do sector do MGCAS têm a responsabilidade de disponibilizar informação sobre as mudanças climáticas aos beneficiários das nossas acções, bem como assegurar que estas não tenham impacto negativo no meio ambiente.
Quanto à igualdade de género, Moçambique é um dos países exemplares na participação da mulher nos órgãos de tomada de decisão. Com efeito, “atingimos a Paridade com 50% de mulheres e 50% de homens no Governo, depois da recente nomeação da Ministra dos Combatentes, além de progressos nas áreas da educação, saúde e na economia”.
No âmbito das mudanças climáticas “pretendemos” consolidar as acções que visam mitigar o impacto dos fenómenos naturais cíclicos, que afectam de forma negativa a vida da população, sobretudo mulheres e crianças, agravando a pobreza e as desigualdades sociais.
Assim, “reunimos para reflectir sobre o nosso papel na sociedade, as atribuições como Agentes e Servidores do Estado, timoneiros na assistência às pessoas em situação de vulnerabilidade e celebramos os ganhos na promoção da igualdade de género”.
Mangrasse saudou o empenho e dedicação do Chefe do Estado, Filipe Nyusi, em prol do desenvolvimento da mulher, na promoção de acções que visam empoderar e elevar o seu Estatuto na Sociedade, garantindo a participação activa da mulher na vida política, económica, social e cultural do País.
Apelou aos funcionários do sector a unirem-se na busca de soluções para os desafios que a mulher ainda enfrenta, com a observância de medidas de prevenção da COVID-19, que continua a assolar o país e o mundo, causando mortes. “Redobremos esforços na mitigação do impacto dos ciclones nas regiões Centro e Norte do país e o terrorismo em Cabo Delgado, que afectaram gravemente a economia, sobretudo a situação dos grupos-alvos, mulheres, crianças, pessoas com deficiência e idosas”.
Por seu turno, Isabel Casimiro, do Centro de Estudos Africanos (CEA) da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) que proferiu uma palestra sobre Impacto das Mudanças Climáticas na Vida da Mulher começou a sua intervenção destacando a paridade de género que o pais alcançou a nível do Executivo, Legislativo e Judiciário e a nível dos órgãos locais de descentralização.
Sobre o tema a palestrante disse que o mesmo foi analisado na 66 Sessão do Estatuto da Mulher das ONU Mulheres (CSW), que se realizou de forma híbrida de 14 a 25 de Março do presente ano, em Nova Iorque- Alcançar a Igualdade de Género e o empoderamento de todas as mulheres e raparigas no contexto de mudanças climáticas, de politicas e programas para a redução do risco ambiental e de desastres.
“A questão das Mudanças Climáticas é um assunto que vem sendo debatido há mais de 20 anos. O aquecimento do planeta, a ocorrência de ciclones com maior frequência, as alterações nos regimes de chuvas, o desaparecimento das florestas, o corte arbitrário de arvores, a exploração desenfreada de recursos, estão a ter impactos nefastos na vida da Mãe Terra, na nossa vida como humanos. As mulheres e as raparigas são as mais afectadas devido as suas responsabilidades na família, nas comunidades, nas sociedades, por serem as principais provedoras de alimentos e de cuidado”, frisou Isabel Casimiro.
Refira-se que as celebrações do 7 de Abril encerram o Mês da Mulher que iniciou a 3 Março, tendo se assinalado várias datas, com destaque o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, para além do 4 e 16 de Março, datas dedicadas ao processo de emancipação, a história e as conquistas da mulher no País. (MGCAS-DCI)